Escolha Momentos Fortes na Fotografia
Nem toda fotografia se sustenta ou cai no poder de um momento escolhido em detrimento de outro, mas muitas sim, e uma das lições mais importantes que eu fotógrafo posso começar a aprender é esperar, antecipar ou preparar o terreno para momentos mais fortes.
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Digo “comece a aprender” porque acho que esse reconhecimento de momentos é algo que passaremos a vida inteira refinando.
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Uma das coisas que faço para melhorar no ofício da fotografia é me tornar mais exigente, escolher melhor luz, não se contentar com o que eu agora chamaria de um “bom o suficiente para a mentalidade do Instagram. Eu acho que se aplica a momentos também.
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Existem milhões de momentos todos os dias. Nem todos são fotografias.
Fiz uma viagem para o Japão que durou 3 semanas, tirando fotos quase todos os dias. Existem 3600 segundos em uma hora e, portanto, 86.400 segundos em um dia e 604.800 segundos em uma semana.
Vou para casa com cerca de 30 selecionadas; imagens finais das quais estou muito orgulhoso. Quando cheguei em casa, fiz uma edição completa e provavelmente encontrei mais algumas, e deixei de lado algumas.
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Digamos que eu tenha saído com 50-100 imagens. O número não importa muito. Em média, com algumas feitas a 1/2000 e outras a 1/5, minhas imagens foram feitas com velocidades do obturador em torno de 1/60 a 1/100 de segundo. O que significa que todas as minhas imagens foram feitas, cumulativamente, em um segundo.
Cem imagens finais feitas em menos tempo do que leva para respirar.
Dos 1,8 milhões de segundos que estive no Japão, suponha que estive dormindo ou comendo por metade deles.
Mesmo se eu estivesse comendo, dormindo e no trem por dois terços do meu tempo, isso seria um segundo produtivo em 600 mil disponíveis. O que diabos estou fazendo com meu tempo?
A resposta é procurar momentos, mas não quaisquer momentos: momentos que dão origem a grandes fotografias. Henri Cartier-Bresson os chamou de momentos decisivos, e com isso, ele se referia aos momentos em que a ação que estava acontecendo coincidia com a geometria do quadro e a intenção ou visão do fotógrafo.
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É o momento em que tudo se encaixa, e esse momento é diferente para todos nós, dependendo de onde estamos, quais lentes usamos, qual pode ser a orientação de nossa moldura e o que estamos tentando dizer sobre a cena.
Fotograficamente, grandes momentos acontecem quando a pessoa se move para o lugar certo para dar equilíbrio ou tensão à imagem, ou quando se move apenas o suficiente para que o espaço negativo seja criado, ou quando levanta a mão para criar um gesto que dê sentido ou clareza para a história.
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Sempre tem tanto a ver com o quadro, a geometria e a história da fotografia quanto com o próprio momento da vida real. Mais, na verdade.
Existem dois desafios aqui. O primeiro é antecipar os momentos, e tudo o que posso realmente dizer é que você precisa pensar bem e reconhecer as possibilidades.
Onde você quer o assunto no quadro? Quais possíveis gestos e composições podem se combinar para lhe dar algo significativo? Uma composição ou gesto contará melhor a história ou comunicará a emoção que você espera? O segundo é realmente capturá-lo e isso também é algo que não posso te ensinar. É uma questão de atenção e paciência.
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E em alguns casos, como quando a ação está se movendo rapidamente, não há vergonha em colocar sua câmera em algo um pouco mais rápido do que o modo de disparo único.
E dependendo da ação, geralmente uso três ou mais frames / segundo para garantir a melhor chance de obter a composição mais forte possível.
Dê uma olhada nas imagens a seguir. O que há nos momentos capturados que torna as imagens o que são? Seriam mais fortes se eu tivesse esperado um pouco mais ou a composição desmoronaria? Mesmo se a composição ainda fosse forte, a imagem teria a atração emocional certa? A história ainda teria sucesso?
Os momentos que tornam boas fotos excelentes são menos do que normalmente acreditamos que sejam; nenhuma câmera nova vai nos ajudar a ver esses momentos, e essa é a parte difícil.
