Quadro da Imagem
Todas as fotografias são criadas com base em um limitador de espaço, e no nosso caso é a combinação do sensor com a lente que cria essa limitação do quadro.
Essa limitação pode ser mantida inalterada até a imagem final, ou podemos na pós produção recortar e extender esse mesmo quadro.
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De qualquer maneira, as bordas dessa imagem, que na grande maioria das vezes é um retângulo, exerce uma grande influência sobre o que está dentro delas.
Pode ser que você só conheça o formato 3:2, que no caso é o formato mais usado por muitos anos na fotografia 35 milímetros, mas existem outros, como por exemplo o 4:5 e o 1:1, dos quais vamos falar na sequência.
Só um parenteses, esses números 3:2, 4:5 quer dizer a proporção da largura pela altura, por exemplo, se você tiver uma foto na proporção 3:2 e quer fazer uma ampliação de 30cm de largura, quer dizer que a altura vai ser de 20cm.
O quadro 3:2 é natural para nós, um dos motivos é a razão de termos 2 olhos um ao lado do outro em formato de binóculo, fazendo com que nos sentimos confortáveis vendo imagens nessa posição.
Por ter essa horizontalidade, esse tipo de quadro tende a passar uma sensação de estabilidade.
Já o quadro 4:5 acaba sendo mais ‘gordo’ que o 3:2, e são menos invasivos do que os anteriores, eles tendem a dominar menos a composição em si, você tem uma flexibilidade maior se comparado com o 3:2.
Um quadro que ficou muito famoso recentemente, graças ao Instagram é o 1:1 ou quadrado.
Poucas câmeras possuem naturalmente esse aspecto, fazendo com que muita gente tenha que fotografar já com a quadrado em mente, deixando espaço para cortar a foto na pós produção.
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É um quadro mais difícil de trabalhar, por causa que não existem tantas coisas quadradas na natureza, uma árvore é sempre mais comprida, e o mar é mais largo, mas quando você quer passar simetria não há quadro melhor do que esse.
O panorama é muito usado para retratar paisagens e locações grandiosas. Isso porque nossa visão funciona à varredura horizontal, e como o panorama não é tão alto, podemos fazer essa varredura por etapas, já que a fotografia acaba sendo mais extensa, nós não conseguimos olhar um panorama por completo de uma vez, nós acabamos focando em partes da imagem de cada vez, fazendo com que o interesse aumenta na nossa fotografia.
Posicionamento
Toda vez que vamos fotografar apenas um objeto, temos que tomar a decisão de onde colocar esse objeto no quadro, se vamos colocá-lo no centro, nas bordas ou fora do eixo.
Na composição na fotografia, quando começamos a tirar fotos, tendemos a colocar tudo no centro da foto, o que não tem problema nenhum, mas depois de um tempo acaba se tornando monótono.
Mas para tirarmos o objeto do centro, precisamos ter um motivo, de mostrar o entorno desse objeto, de contextualizar ele no cena.
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Tu pode notar que as duas fotos são do mesmo objeto, porém a segunda acaba dando muito mais contexto, mostrando o entorno da casinha.
Outra coisa que pode influenciar a nossa decisão de posicionamento é se o objeto está claramente em movimento e com uma direção simples de se prever, podemos colocar esse objeto no começo do quadro, como se ele estivesse entrando e não saindo.
Foi o que eu fiz com essa fotografia da pessoa na bicicleta, aonde posicionei ela no começo da quadro, talvez se eu deixasse para fotografar a bicicleta no final, a foto perderia um pouco da dinâmica e movimento.
Linha do Horizonte
Pode parecer que não, mas a linha do horizonte tem um impacto essencial no humor da foto, principalmente em fotografias de paisagem.
Na composição na fotografia, um posicionamento mais baixo do horizonte, dá a sensação de maior estabilidade, e isso vale para qualquer foto.
Mas o mais importante do horizonte, é que ele serve para destacar o céu ou o primeiro plano.
Por exemplo, em uma foto que o dia está nublado e feio, onde o céu não está muito interessante, podemos diminuir a sua presença, subindo a linha do horizonte.
Como por exemplo essa foto, aonde o céu está totalmente sem nuvens, sem muita graça, eu optei por deixar ele com menos expressão na foto, subindo a linha do horizonte.
Pelo outro lado, se tivermos um céu incrível, queremos acentuar isso, certo?
Então baixamos a linha do horizonte a fim de mostrar toda a beleza e dinamismo do céu e nuvens, que foi o que aconteceu com essa foto recente, e que já tem vídeo mostrando como eu tirei ela.
Quadros Dentro de Quadros
Uma composição na fotografia que mais tem sucesso é o quadro dentro do quadro.
Os quadros dentro de fotografias tem o objetivo de conduzir o espectador através deles, sendo um tipo de janela.
Um exemplo disso é essa foto que tirei no Japão, aonde os portais atuam como um limitador do nosso quadro, deixando em evidência a pessoa mais ao fundo.
Ou até mesmo essa segunda composição, aonde as cerejeiras estão guiando o olhar e envolvendo o barco no centro, criando essa espécie de contenção dentro da foto.
Contraste como Composição na Fotografia
Contraste é um dos termos mais importantes da composição na fotografia, e eu não quero dizer somente do Slider Contraste do Lightroom.
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Contraste deixa a fotografia mais viva e interessante. Existem milhares de tipos de contrastes como grande/pequeno, claro/escuro, liso/áspero, alto/baixo, leve/pesado, líquido/sólido e até mesmo contraste de gerações ou culturas.
Como por exemplo essa foto, que mostra um clássico carro americano andando por ruas de uma pequena cidade no Japão.
Ou essas meninas com as vestes tradicionais em uma cidade mais moderna.
Outro exemplo clássico é o de usar contraste em fotografias de paisagens, como a água sendo algo macio e a pedra sendo algo duro.
Até mesmo uma superfície lisa da água em contraste com a superfície áspera da pedra.
Equilíbrio como Composição na Fotografia
Equilíbrio é a resolução da tensão, são forças opostas que são equiparadas para dar o sentido de harmonia.
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O nosso cérebro está sempre tentando equilibrar uma força com a outra.
No caso da composição na fotografia, o equilíbrio pode ser qualquer elemento gráfico.
Por exemplo, se pegássemos essa foto que fiz no Uruguai, temos as duas pontes dando o senso de equilíbrio, certo?
Agora vamos imaginar se a ponte da esquerda sumisse, certamente você estaria imaginando algo assim da minha fotografia, que o peso todo da foto estivesse do lado direito, é a mesma sensação do que acontece com navios que não tem o peso distribuído igualmente.
Mas o que eu te mostrei foi o equilíbrio simétrico, e existe também o equilíbrio assimétrico, que é quando não temos objetos de pesos iguais na imagem.
Como por exemplo nessa foto no Argentina, que temos os cactos de um lado, e a montanha de outro, fazendo com que eles se equilibrem.
Mas Felipe, a montanha certamente pesa muito mais que o cacto, e eu sei, mas aqui pensamos como peso visual, tu pode ver que eu deixei os cactos maiores na foto?
Justamente para contrabalançar com o peso da montanha.
Figura e Plano como Composição na Fotografia
Estamos acostumados a aceitar a ideia de um plano de fundo, sempre que fotografamos algum objeto pensamos no plano que ele está contra.
Escolhemos algo com propósito, que vá agregar à imagem.
Pode ser um grupo de edifícios, uma paisagem da natureza ou qualquer coisa na verdade.
Como por exemplo, nessa foto aonde eu quis retratar a pessoa andando tranquila de bicicleta, e o plano de fundo agregando a imagem, que ele estava andando de bicicleta no cruzamento mais movimentado do mundo, agregando à imagem final.
Ritmo
Quando temos muitos elementos parecidos na foto, o arranjo que você der para eles vai criar um certo senso de ritmo.
Esse ritmo tem uma certa conexão com a música, já que a batida em uma peça musical tem conexão com a batida visual.
Como nessa foto, os postes estão equidistantes, você cria um ritmo visual na sua fotografia.
A tendência natural do olho de se movimentar lado a lado (como nós já falamos antes) fica evidente aqui, uma vez que o ritmo precisa de direção e fluência para existir.
Como também mostra na foto à seguir, todos estão praticamente fazendo o mesmo movimento, dando direção, sentido e ritmo para a foto.
Perspectiva e Profundidade como Composição na Fotografia
A constante relação da fotografia com cenas reais faz o sentido de profundidade em uma foto ser tão importante.
A perspectiva em conjunto com a composição na fotografia é a aparência dos objetos no espaço e as suas relações com o espectador.
Tá, tu falou bonito, mas o que isso quer dizer?
Quer dizer que a perspectiva é basicamente o tamanho e a distância que escolhemos dar a certos objetos, para dar uma ênfase maior ou menos, criando profundidade nas fotos.
Perspectiva Linear
Ela se dá quando temos linhas convergentes, que na maioria dos casos são paralelas, como esses trilhos de trem, mas à medida que eles vão se distanciando da câmera, aparentam se juntar no infinito, criando uma grande profundidade na foto.
É exatamente o que vemos nessa fotografia dos trilhos, que acabam convergindo para o ponto focal, que é o túnel, dando profundidade para a foto.
Perspectiva Redutora
É o caso da foto que mostrei não faz muito, o nosso cérebro entende que os postes são do mesmo tamanho, mas como podemos ver na foto, eles vão diminuindo de tamanho em relação ao outro, passando uma maior sensação de profundidade.
Perspectiva Aérea
Em dias com neblina, a mesma atua como filtro, reduzindo o contraste nas partes mais distantes e reduzindo seu tom.
Nosso cérebro já conhece esse efeito e permite que os nosso olhos usem ele como indício de profundidade.
É exatamente o que aconteceu nessa foto, que as pessoas estão andando à cavalo indo para o ‘infinito’ pois ao olharmos a foto, temos essa impressão, de que eles vão andar a cavalo para sempre.
Ponto Único (Espaço Negativo)
É o elemento mais básico de todos.
Por definição, um ponto deve ser uma parte muito pequena da imagem, mas para ser significante ele tem que contrastar de algum modo com o seu entorno, como contraste de cor por exemplo.
A forma mais simples da gente usar isso na fotografia é de um objeto isolado visto à distância com um plano de fundo relativamente simples. Isso também pode ser chamado de espaço negativo.
E é uma técnica poderosa, já que o objeto em questão vai ser prontamente visualizado.
Como essa foto da vaca no campo, você é sugado imediatamente pela vaca, só depois vai perceber o que tem em volta.
Linhas como Composição na Fotografia
Linhas são elementos gráficos extremamente poderosos, e se usadas da maneira certa podem dar vida à sua foto.
Horizontal
Como já falamos antes, nosso quadro de visão é horizontal, e não é surpresa que as linhas horizontais são as mais confortáveis visualmente.
Linhas horizontais passam a sensação de suporte e estabilidade.
Vertical
Geralmente as linhas verticais tem um maior sentido de velocidade e movimento. Outra coisa é que as linhas verticais e horizontais são complementares. Elas criam um equilíbrio, no sentido de que suas energias são opostas umas das outras, cada uma funciona de forma a conter a outra.
Diagonais
De todas as linhas, as diagonais são as que introduzem maior dinamismo para as fotos. São mais ativas com uma maior expressão de velocidade e movimento se comparado às verticais.